Tecnologia de Aplicação

02/07/2024 Hugo Reis Vidal

A produção de alimentos, fibras, energia de origem VEGETAL ou ANIMAL, visando o mercado globalizado, além do portão da propriedade, está sujeita aos desafios CLIMÁTICOS e ATAQUE DE PRAGAS (insetos, fungos, bactérias, vermes e plantas daninhas), que agem como antagônicos à produtividade.

A população humana, vivendo em áreas urbanizadas, cresce diariamente. Prevê-se que em poucos anos apenas 20% da população ativa permanecerá no campo, em áreas rurais de produção. O desafio está em produzir alimentos saudáveis em quantidade e qualidade que a humanidade irá demandar.

Os fertilizantes, produtos fitossanitários químicos e biológicos, são insumos necessários, com muitas tecnologias investidas, disponíveis aos agricultores que necessitam de orientações técnicas para que cumpram com eficácia suas funções.

Para isso, tais insumos precisam ser aplicados. Existem tecnologias em máquinas, equipamentos e acessórios à disposição dos profissionais da agronomia que recomendam ou prestam assistência técnica aos produtores. Porém, o que vemos no dia-dia são produtores desinformados, equipamentos desregulados, acidentes econômicos ambientais causados pela deriva e produto final com possível contaminação, sendo a principal causa o mau uso.

Conforme citado no início, os insumos e equipamentos são ferramentas que precisam ser manejados com responsabilidade. O uso displicente tem causado transtornos e prejuízos econômicos aos vizinhos e desgaste para justificar o que não seria necessário. O fato tem provocado normas restritivas e proibitivas, onde o insumo é condenado juntamente com todo o setor produtivo. Isso porque, devido a variabilidade de culturas, poucos produtos são registrados e direcionados a esse tipo de cultivo, principalmente os utilizados pelos produtores de hortaliças e frutas que estão sempre em pequena propriedade. O fato acarreta aumento do custo de produção.

O conhecimento e o emprego das TECNOLOGIAS DE APLICAÇÕES atuais aumentam a eficiência, reduzem custos e riscos, e valorizam a atuação profissional. A principal função do emprego da TECNOLOGIA é posicionar o produto certo no lugar certo, onde o alvo nem sempre estará fácil de acertar.

FALHAS COMUNS
As formas tradicionais de aplicação de produtos foliares químicos, orgânicos e biológicos são através de pulverizações com diferentes tipos de pulverizadores que precisam ser de conhecimento dos técnicos que os recomendam. Isso inclui todo o conjunto que o compõem e seus acessórios, com tanque, motor, filtros, manômetro, barra, capa, peneira, bico e ponta, e também os instrumentos auxiliares como copo calibrador, trena, anemômetro, termo-higrômetro, papel sensível.

Conhecendo esse particular, o profissional habilitado pode recomendar, com mais segurança, doses, volume de calda, misturas de produtos, tamanho de gotas e o melhor momento para o agricultor executar a tarefa.

Sabe-se que a maioria dos pulverizadores tratorizados com barras do Estado do Paraná estão desregulados ou descalibrados. Também os pulverizadores estacionários estão em sua maioria com não conformidades para uma boa aplicação.

Uma forma de aplicação que tem sido muito divulgada são as aplicações com veículos aéreos não tripulados (Drones, VANT’s – veículo aéreo não tripulado, e RPA’s – Aeronave remotamente pilotada). Sua pulverização se assemelha ao uso de pulverizadores de autopropelido ou de arrasto, avaliando a melhor ponta a ser usada para aplicação conforme alvo, estágio da cultura, forma de jato e vazão. Por ser uma forma de aplicação relativamente “nova” são poucos produtos que possuem na bula a recomendação utilizando esse tipo de veículo.

Como vantagens para esta forma de aplicação temos o alcance em áreas de difícil acesso (íngremes ou com obstáculos), e é possível atingir áreas da planta que não são alcançadas pelos métodos tradicionais. Outras vantagens observadas: tirar o aplicador de dentro da lavoura, diminuindo o risco de contato com o agrotóxico. Além disso, não causa amassamento da cultura e não depende das condições de solo para entrar com a aplicação. Porém, é necessária mão de obra especializada para pilotar, seguindo as diretrizes da legislação da ANAC (Agência Nacional de Aviação).

A preocupação que existe é o fato dos profissionais nem sempre se atentarem a estas questões, embora tenham esse conhecimento em sua formação curricular. Por isso, precisam buscar melhor qualificação a fim de se fazer recomendações seguras.


Eng. Agrônomo HUGO REIS VIDAL
CREAPR 14339-D
Associado da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná - Curitiba (AEAPR-Curitiba)
Diretor Administrativo da AEAPR-Curitiba
Consultor técnico para cultivos de Hortaliças e Frutas
Especialista em controle de Pragas Sinantrópicas

Colaborou, neste artigo, a Eng. Agrônoma Natacha Wistuba - CREA/PR PR-191289/D
Associada da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná - Curitiba (AEAPR-Curitiba)
Inspetora do CREA/PR na Regional Curitiba


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